Após ter dividido opiniões em sua estréia, o Chickenfoot retorna mais coeso e entrosado em Chickenfoot III, o segundo álbum – sim, o título exalta o bom humor de quatro músicos com a carreira ganha e que se juntaram para tocar um Rock and Roll sem maiores compromissos. A princípio acharia desnecessário dizer, mas pensando melhor, creio que vale a pena: esqueçam o Van Hagar. Sim, afinal de contas, esse foi o motivo que fez muita gente desgostar do disco anterior. E convenhamos, seria uma bobagem retomar aquela sonoridade, além de um desrespeito às histórias de Joe Satriani e Chad Smith, que possuem uma força muito grande para se tornarem meros imitadores.
Abrindo o play, temos o Hard classudo de “Last Temptation”, com clima setentista nos timbres e melodia. “Alright, Alright” tem um pique garageiro, reforçado pela produção, que deixou o som bem aberto. Tem horas que chega até a lembrar os Beatles dos tempos do Iê-iê-iê. A coisa fica ainda melhor em “Different Devil”, que começa calminha e vai crescendo, sendo a mais próxima do som oitentista em toda a audição. Hora de um groove certeiro em “Up Next”, mostrando toda a solidez musical do conjunto em um dos grandes momentos do trabalho. O clima do início é retomado em “Lighten Up”, mais um rockão certeiro, com Satriani mostrando como se trata as cordas da guitarra e um encerramento arrasa-quarteirão.
“Come Closer” não chega a ser uma balada, mas tem uma pegada mais leve no começo, que ficou bem agradável e acessível. Séria candidata a hit se bem trabalhada promocionalmente. O início experimental de “Three And a Half Letters” traz uma clima diferente, com seus vocais falados. Mas logo, cai em um som pesado e consistente, executado com a garra esperada. A letra também chama atenção, relembrando temáticas usadas por Hagar nos tempos de Balance. Na sequência o já conhecido single “Big Foot”, com seu ritmo suingado e refrão de fácil assimilação. Para ser sincero, após ouvir o disco inteiro, penso que havia opções melhores.
Apesar do título, “Dubai Blues” não é o que parece. De cara, me lembrou uma de minhas preferidas do álbum anterior, a ótima “Turnin’ Left”. Aqui podemos notar mais uma vez como Satriani está mais solto em comparação ao começo da banda. Impõe seu estilo sem se preocupar com nada. Fechando o tracklist normal, “Something Going Wrong”, faixa com levada acústica cheia de personalidade e mais um solo brilhante. Ah sim, tem uma faixa escondida após o final, um Hardão dos bons, com letra ácida, no melhor estilo Living Colour.
As maiores constatações são que Sammy Hagar continua cantando muito, mesmo já sendo quase um setentão enquanto os músicos fazem suas partes com maestria. Quem não se deixou convencer pelo primeiro, dificilmente vai gostar desse. Mas quem aprovou, pode conferir sem medo, pois o quarteto continua muito competente no que se propõe. E sem firulinhas e pieguices, o que é principal. Aguardemos a tour, com o exímio Kenny Aaronoff assume as baquetas enquanto Chad se dedica a seu trabalho principal. Uma visita por esses lados do mundo não seria nada mal. Por hora, não deixem de conferir esse belo disco!
Fonte Combe do Iommi ®
Temas:
01. Last Temptation
02. Alright Alright
03. Different Devil
04. Up Next
05. Lighten Up
06. Come Closer
07. Three And a Half Letters
08. Big Foot
09. Dubai Blues
10. Something Going Wrong
11. (Hidden Bonus Track)
Banda:
Sammy Hagar (vocals)
Joe Satriani (guitars)
Michael Anthony (bass)
Chad Smith (drums)
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