Se alargar-mos para cinco o top das melhores bandas que a alemanha já deu ao mundo do heavy metal, então Victory serão certamente uma delas. Accept, Scorpions, Helloween, Warlock e claro está, Victory!
Os Victory são o produto dos desistentes da banda Fargo, Peter Fargo Knorn, Tommy Newton e John Lockton no ano de 84. Sobrevoando aquela primeira fase de entradas e saídas de musicos, a banda edita o primeiro disco em 85 com titulo homónimo, e era composta pelo vocalista e ex-Gary Moore e Ted Nugent, Charlie Huhn, um copycat de Diamond Dave; Tommy Newton, guitarra; Peter Fargo Knorn, baixo; Bernie Van der Graaf ex-Sinner, Bateria e John lockton, guitarra. O disco teve sucesso imediato. Tinha uma capa controversa e; aqui é que reside a verdadeira razão do sucesso da banda; o management de David Krebs, Manager dos Scorpions e Aerosmith, entre outros. Sem a influência de Rudolph Schenker (Scorpions) no processo nada disto tinha acontecido, é que foi ele quem os indicou para serem promocionados por Krebs, que os colocou no circuito americano que culminou em enorme sucesso. Não durou muito a haver novas mexidas na banda; saem Van Der Graaf e Lockton e entram Fritz Randow (Eloy) e Herman Frank (Accept) e em 86 é editado este disco, "Don't Get Mad, Get Even", cujo sucesso e airplay do single "The check is in the mail" levou-os ao topo e a repartir o palco com alguns dos maiores nomes de sempre do Rock. "Hungry Hearts" de 1987, não foi o sucesso esperado e Charlie Huhn, sai para integrar os Humble Pie deixando a banda à procura de frontman. O escolhido foi um jovem espanhol de 22 anos, residente na suiça Chamado Fernando Garcia. chega 1989 e o mais vendido disco da banda é editado já com "El Toro" Garcia nos vocais. estamos no auge da glam\hair metal e na américa as coisas não podiam correr melhor para a banda; cabeças de cartaz, constante promoção na MTV e nas rádios, discos ao vivo e o reconhecimento como um dos expoentes máximos da Alemanha em termos do rock pesado, ao lado de Scorpions, Accept, Helloween e também Warlock que ao mesmo tempo também íam fazendo furor por terras do tio sam com o seu "Triumph & Agony". 1990 e um novo disco, "Temples of Gold". Começa a ficar cimentada a qualidade e impacto da banda ao redor do globo, cujo nome já era motivo para mover multidões, mas... o grunge chegou e o mercado americano deixou de querer hard'n'Heavy melódico cheio de vigor e boa disposição; era a hora dos ressacados e da negra melancolia amplificada por enormes doses de drogas. "You Bought It, You Name It", O 6º disco da banda, terceiro com El Toro, já passou despercebido e anunciava dias cinzentos, e dois anos depois, em 94 a banda decide terminar com a edição do seu disco ao vivo "Liveline".
De algum modo, ainda existia em alguns dos membros, a vontade em fazer mais e por isso, apesar de algumas alterações no grupo, 1996, foi o ano do regresso com a edição de "Voiceprint". Apesar do moderado sucesso, Victory ainda tinha uma boa base de fans e a tour foi um sucesso, precedida de uma boa promoção nas rádios e TV. infelizmente, a direção musical já era algo que trazia desavenças no seio da banda e, mais uma vez, disseram adeus.
Mas como não há duas sem três, em 2002, voltaram com o line original; ou melhor, quase original. Com C. Huhn, T. Newton, H Frank, P.F. Knorn e F. Randow; e surge também o àlbum "Instinct". Com Huhn a viver na américa, as incompatibilidades surgem e também a sua consequente substituição pelo vocalista dos Human Fortress, Jioti Parcharidis. Já com Parcharidis a banda edita em 2006 "Fuel For The Fire"; um disco de regravações dos melhores temas de Victory até então; numa altura em que sentiam a necessidade de reformular o seu som e entrar difinitivamente no novo milénio.
Até 2009, a banda foi tendo o seu tempo e actividade. Algumas mexidas de line-up, tours com bandas como Metal Church, participações em alguns dos maiores festivais europeus; e em 2007, altura em que gravaram "Don't Talk Science", anunciado como o último disco de Victory; decidem mais uma vez dizer adeus. Apenas dizer que este disco só seria editado em 2009.
E já agora, como não há três sem quatro, em 2013, Herman Frank decide revitalizar de novo os Victory, e com alguns novos membros, voltam ao activo no Rock Of Ages Festival desse ano, e continuando em regular apresentações. Fála-se mesmo num novo disco, será? Esperemos que sim!
Tudo isto para vos dizer que "Don't Get Mad, Get Even", passou pelo processo de remasterização. Este disco é para muitos apreciadores do género, o melhor disco da banda. Não o é para mim, mas tendo em conta o frenesim criado na altura acerca dos newcomers Victory, é natural que essas sensações ainda possam estar bem presentes na memória desses apreciadores, e elevadas à 10ª potência, não há raíz quadrada que o valha. mas é sempre excelente isto acontecer, porque abre as portas ao conhecimento e às recordações, e assim mantém vivo o legado desta fabulosa banda alemã.
Mas este disco não é so "The check is in the mail". Sem dúvida um bom tema, mas o restante disco também o é. Uma sonoridade e orientação muito similar ao que se fazia na época por bandas como Quiet Riot, Dokken, Ratt; o que quer dizer que quando começarem a ouvir este disco muita coisa vos soará familiar, a começar pelo tom de voz de C. Huhn, muito próximo de kevin Dubrow. A tendência musical da banda até é bem heavy para a época mas a base é sem dúvida hardrock, com muita disposição hair\glam e um certo british flair. Para mim, um dos melhores momentos do disco é "Arsonist of the heart" quase uma power ballad muito similar a Def Leppard. Um disco Rasgadinho!!
As semelhanças com outras bandas são mera coincidência, e só as utilizei para aqueles mais renitentes se acercarem da audição deste disco já com quase 30 anos; até porque o Hard 'n' Heavy estava em pleno Big Bang e todos se baseavam no mesmo até se descobrirem e se diferenciarem com algumas alterações que os levaram a tornarem-se únicos. E Victory não fugiu à regra, nos discos seguintes a sua marca foi vincada e gravada para a posteridade, literalmente!
Esta é uma banda indispensável para qualquer rocker, e este um dos seus discos mais recomendáveis, até porque estava em plena era dourada. Um verdadeiro disco "Kick Ass"! já não se fazem muitos assim. Já eram excelentes músicos e compositores nesta época, o que quer dizer que David Krebs não os aceitou por cunha, Schenker apenas o alertou para mais uma máquina de fazer dinheiro!
Indispensável e recomendado!McLeod Falou!
Dedicado ao meu cunhado e amigo Tó Gomes, o gajo que me pôs a gostar de Victory, pá; phonix pá!
Temas:
01 - Check's In The Mail (remix)
02 - Are You Ready (remix)
03 - Not Me
04 - Arsonist Of The Heart
05 - Hit And Run
06 - She's Back
07 - Turn It Up
08 - Seven Days Without You Make One Weak
09 - Sneaking Out
10 - Running Wild
Banda:
Charlie Huhn - vocals
Tommy Newton - guitar
Herman Frank - guitar
Peter Knorn - bass
Fritz Randow - drums
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