O excelente Subconscious in Xperience, lançado dois anos atrás, elevou o som do Blindman a outro patamar. Após vários bons trabalhos, o grupo alcançou o nível de composições que buscava desde o início. Melodias fortes, que remetiam a seus heróis, como Whitesnake, Black Sabbath, Rainbow, Deep Purple e afins, juntavam-se a uma incrível performance individual dos músicos. O destaque principal ficava por conta do guitarrista Tatsuya Nakamura, com influências latentes de John Sykes, Tony Iommi e Ritchie Blackmore, entre outros. E a polêmica foi toda destinada ao registro vocal de Manabu Takaya. Alguém consegue imaginar uma mistura de David Coverdale com Lemmy Kilmister? Sei que é estranho, mas segue mais ou menos esse caminho.
Dois anos mais tarde, a banda está de volta com Re-rise. A expectativa era imensa por parte de quem tinha conferido o lançamento anterior. E mais uma vez os caras acertaram em cheio, empolgando do início ao fim com um Hard/Heavy onde o peso é componente principal. Em comparação com o disco de 2008, podemos notar que esse aqui conta com ênfase maior nos teclados. E é justamente no encaixe desse instrumento que reside o grande mérito do Blindman, já que sua presença não tirou a pegada das músicas. Ao contrário, ele funciona como um complemento perfeito às guitarras.
Os riffs de “Running Wild” já abrem o play com força total, em uma composição com total cara setentista. Mantendo o clima vintage, “In the Pain of Love” seria algo parecido com uma junção de Whitesnake a um instrumental do Black Sabbath fases Dio/Tony Martin. Uma introdução matadora convida o ouvinte a bater cabeça desenfreadamente em “Never Coming Again”, faixa com alma britânica, lembrando as mais aceleradas dos grupos de Ritchie Blackmore. “A Foolish Clown on the Mess” traz um groove sensacional, com ecos mais atuais, embora sua estrutura mantenha o padrão da proposta da banda. O começo de “High-Handed Mask” chega a lembrar de longe “Avantasia”. Mas fica por aí mesmo, já que o negócio aqui é bem puxado pro retrô.
Obviamente um trabalho tão influenciado pelo passado não poderia deixar de ter uma balada com guitarra dedilhado e teclados que imitam orquestrações. A novidade em “Alone With Sorrow” fica no fato de não ser uma música lenta clichê. Ela conta com um ritmo menos ‘meloso’, trazendo até umas interessantes viradas de bateria. Lá pela metade ela cresce, com um refrão impactante e um solo na melhor escola Iommi. A pesada “I Need You Too Bad” fica marcada pela excelente performance do baixista convidado Tatsuya Toda. “Holding Your Heart” é praticamente um AOR, remetendo ao Rainbow fase Joe Lynn Turner. A agitada “Leave Me Alone” dá uma reanimada, com seu estilo bem Rock and Roll. Para encerrar a bela acústica “Healer Says...”, deixando no ar aquele clima típico de despedida.
Por não contar com grande suporte no ocidente, o Blindman passará despercebido por muitos fãs do gênero. O que é uma pena, já que possuem grande talento, sendo uma das melhores bandas da atualidade naquilo que carinhosamente apelidamos de Clone Metal. Mas quando é feito com garra e competência, até mesmo o que não possui originalidade pode ter qualidade acima da média. Ao ouvir Re-rise, você lembrará diversos grupos clássicos. Ao menos só virá à sua cabeça aquilo que é realmente bom.
Fonte : Combe do Iommi ®
Тemas:
01 Running Wild
02 In The Pain Of Love
03 Never Coming Again
04 A Foolish Clown On The Mess
05 High-Handed Mask
06 Alone With Sorrow
07 I Need You Too Bad
08 Holding Your Heart
09 Leave Me Alone
10 Healer Says...
Banda:
Manabu Takaya (vocals)
Tatsuya Nakamura (guitars)
Katsutoshi Murakami (drums)
Hiroki Matsui (keyboards)
Special Guest
Tatsuya Toda (bass)
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