Esta semana deixei-me levar por Marty. De certeza que tal como eu, muitos de vós sentem aquela dualidade de que algo vos agrada mais do que as outras coisas mas de um modo diferente, tão diferente que nos leva a esconder esse sentimento de um modo traiçoeiro para conosco, mesmo preconceituoso, porque ficamos fidelizados a outros algos, mas no entanto, assim que algo de novo dessa outra coisa surge, ficamos em alvoroço, e, ainda escondendo essa, chame-mos-lhe dualidade conflituosa dentro do nosso ser; avançamos com temor e desinteressadamente na aparência, mas no interior, com uma lascívia só comparável ao sexo. é obvio que já passaram ou passam por isso, é natural do ser humano, o preconceito, mas hoje saí do armário!
Desta vez deixei-me disso, já passei esse preconceito e assumo agora que Marty Friedman é um dos meus guitarristas preferidos, senão "o" preferido. desde que em 1988 adquiri o aclamado "speed metal symphony" dos Cacophony, que o exotismo no modo de tocar de Marty me conquistou, é impossivel não se ficar agarrado a este som e a este modo de apresentar a sua visão do Heavy metal de um modo tão sublimamente virtuoso.
quem não conhece Marty Friedman?
Se existem assim muitos, então impõe-se um breve resumo histórico. Desta vez deixei-me disso, já passei esse preconceito e assumo agora que Marty Friedman é um dos meus guitarristas preferidos, senão "o" preferido. desde que em 1988 adquiri o aclamado "speed metal symphony" dos Cacophony, que o exotismo no modo de tocar de Marty me conquistou, é impossivel não se ficar agarrado a este som e a este modo de apresentar a sua visão do Heavy metal de um modo tão sublimamente virtuoso.
quem não conhece Marty Friedman?
Nascido no Hawai em 1962, a cultura japonesa sempre foi um dos seus grandes interesses. fundou em 82 a banda HAWAII com a qual fez a primeira parte dos Deep Purple numa tour dos britânicos pelas ilhas do pacífico. em 86, conheceu Jason Becker e formaram os clássicos Cacophony; banda obrigatória e essencial para todos; e a partir daí fez-se história para estes dois "espadachins" das seis cordas. Lamentávelmente, para Jason a vida foi sacana, mas contra todas as probabilidades, Jason ainda está conosco e com Marty neste disco. Se não conhecem a história e vida de Jason Becker, a quem uma doença degenerativa reclamou toda a sua juventude quanto atingia o auge; no ano de 1991 quando fazia parte da banda de Diamond Dave; (Dave Lee Roth), teve os primeiros sintomas e consequentemente a sua demise do maiores palcos do planeta; devem consultá-la, porque é um exemplo de vida magistral. Estás depressivo ou preguiçoso? então vê a vida de Jason e isso pássa-te. Um exemplo de vida e da vontade de viver para alguém que comunica quase pelo pensamento.
Enquanto Jason seguia para a ribalta com Dave Lee Roth, Marty iniciava a sua carreira a solo e pouco tempo depois ingressa nos mastodonticos Megadeth onde fica 10 anos. Gravou com os Megadeth um dos maiores clássicos da galeria do metal, "Rust In Peace", e após 10 milhões de discos vendidos, dezenas de discos de ouro e controvérsias com dave Mustaine, sai da banda em 2000. Depois disso, refugiou-se no japão, onde vive desde 2003 e onde é um dos mais respeitados musicos e produtores musicais, além de cronista para as maiores publicações mundiais da especialidade musical que são o Rock e as guitarras. É dele a produção do projecto Animetal USA, com mais dois afilhados do país do sol nascente, Mike Vescera (Malmsteen, Loudness); e Chris Impellitteri, mega-guitarrista virtuoso, juntamente com Scott Travis (Racer X, Judas Priest) e Rudy Sarzo (Quiet Riot, Whitesnake). Por estes dias, se não anda em workshops ou em tours a solo, é o principal musico e produtor da artista japonesa Aikawa Nanase e membro dos Sound Horizon, grupo que compõe e grava temas musicais para TV\cinema\Anime.
Este é o seu 9º disco de originais. "Inferno" é uma obra mista de instrumentais e vocais, de exotismo e hardrock moderno, alternativo e outras coisas mais, como fusão.
Thrash com saxofones de Jorgen Munkeby e pianos jazz são autênticas corridas esquizofrénicas; temas mais hardrockers com a participação de Danko Jones dão um sabor menos europeu, apesar da nacionalidade de Danko; David Davidson dá o mote para um techno death metal gutural; Alexi Laiho e Danko Jones seguem a onda em dueto fazendo lembrar MoonSpell. Cornucópia de temas que fazem deste disco, algo de magistral, só ao alcance dos mais experimentados ouvidos ou se quiserem, apreciadores musicais. Temas mais clássicos com a participação dos fabulosos manos Rodrigo e Gabriela, especialistas em guitarra clássica dão mais um sabor exótico a esta salada de frutas só encontrada no Olimpo do metal, ou nos ouvidos de quem já entende a musica pela musica. Não fosse o meio onde Marty se move musicalmente, um incauto poderia dizer que este é um disco experimentalista.
Se Jason não fosse um caso singular, a sua participação na composição do tema "Horrors" quase de certeza que não teria, ou despertaria tanto interesse, mas foi logo o primeiro tema que ouvi, e aquela sensação de há um quarto de século atrás, quando ouvia Cacophony voltou. Eis a razão pela qual este é o post da semana e um dos melhores discos do ano e qualquer coisa mais... aquelas sensações voltaram. Não é nostalgia, são momentos únicos que dão um sabor sublime voltar a sentir...
Um tema clássico, com bastantes cordas, sejam de orquestra, sejam de guitarra clássica sejam de guitarra eléctrica, fabuloso momento musical com paisagens barrocas num ambiente de drama emocional.
Não me interpretem mal aqueles que acham que falo como elitista para um grupo de elitistas. Este tipo de musica não é algo que se coloca na grafonola e se não tiver groove; que até tem bastante; salta para fora mais rápido do que entrou. Não é um disco comercial, é uma obra conceptualizada sobre momentos inspirados, com muita melodia, feeling, groove, paisagens musicais que só um individuo despido de preconceitos e ideias pré-concebidas é que é capaz de apreciar ao mais alto nivel do conhecimento humano. E se acham que estou a infatuar-me, então procedam do modo que vos peço para ouvirem este disco, e entrarão num mundo que não conheciam em vós e sairão de lá, ou melhor, nunca mais sairão de lá, mas tornar-se-ão autênticos e profundos conhecedores da musica pela musica.
Esquizofrénicamente recomendado !!!
McLeod Falou!
Temas:
01. Inferno
02. Resin
03. Wicked Panacea (feat. Rodrigo y Gabriela)
04. Steroidhead (feat. Keshav Dhar)
05. I Can't Relax (feat. Danko Jones)
06. Meat Hook (feat. Jørgen Munkeby)
07. Hyper Doom
08. Sociopaths (feat. David Davidson)
09. Lycanthrope (feat. Alexi Laiho & Danko Jones)
10. Undertow (feat. Gregg Bissonette & Tony Franklin)
11. Horrors (co-written by Jason Becker)
12. Inferno -reprise-
Musicos:
Marty Friedman - Guitars, Keys, samples
Tony Franklin - Bass
Gregg Bissonette - Drums
Rodrigo & Gabriela - Classic guitar
Keshav Dhar - Guitar
Jorgen Munkeby - Saxophone
David Davidson - Vocals
Alexi Laiho - Vocals
Danko jones - Vocals
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